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Historiadores do Centro de Memória Social discutem sobre Dia Nacional do Historiador

  • Foto do escritor: Yngrid Horrana
    Yngrid Horrana
  • 22 de ago. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 23 de ago. de 2023

O Dia Nacional do Historiador ainda é uma data recente no Brasil. Em 2009, ela foi instituída por meio da Lei nº 12.130 com intuito de comemorar o exercício dos profissionais da área. Apenas em 2020, no entanto, os historiadores tiveram a profissão regularizada pela Lei 14.038, que passou a exigir diploma de graduação, mestrado ou doutorado em História para o exercício de historiador.


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De acordo com o historiador e analista universitário no Centro de Memória Social (CMS) da UEMG Passos, Pedro Paulo Abreu, a data simboliza um momento de reflexão, preservação da memória, da cultura e de luta contra ataques à democracia.

“O historiador é uma profissão bastante criticada por alguns. Então é um momento para fazermos essa reflexão, ver o que aconteceu no passado e o que [precisa] mudar, ver o que aconteceu e que a gente não pode deixar acontecer mais, como por exemplo a questão da política. A gente não pode deixar a democracia ser atacada como nos últimos anos pelos governos que estavam. Mas serve para refletir a história no geral, para não se repetirem histórias drásticas”, disse.


Abreu destaca que o CMS é importante para não nos esquecermos da nossa história, dando ênfase à cultura do Sul de Minas. "Os estudantes da Unidade são peças fundamentais para o funcionamento do local, que recebe artigos históricos como jornais, objetos, utensílios domésticos, e outro objetos significativos”, afirma.


Ele ressalta que o CMS é um espaço para questionamentos. De acordo com o analista, a maioria dos vestígios doados ao local pertenceram às famílias de renome social no município. Com isso, ele afirma que a memória de pessoas negras e trabalhadoras, por exemplo, não recebe tanta evidência.


“Questionar, também, o porquê de não ter a minha história contada aqui. O Centro está aberto para os alunos e para questionamentos mesmo”, afirma Pedro Paulo.

O CMS ainda conta com a colaboração da historiadora Bruna Ferreira Lopes, que pesquisa a retratação de pessoas marginalizadas durante a ditadura militar. Atualmente, ela é contemplada pela bolsa de inovação tecnológica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), mas destaca que estudiosos da área ainda não recebem o devido apoio.


“Durante a graduação, eu via o pessoal da medicina e da engenharia ganhando um destaque muito maior, enquanto o pessoal do curso de história sempre ficava mais de lado. [As propostas] eram colocadas em pauta quando não tinha mais ninguém. Podemos dizer que era um segundo plano”, conta.

Bruna menciona a importância de historiadores estarem reivindicando seus direitos constantemente. Ela aponta a formação de sindicatos e a unificação desses profissionais como um passo para a valorização dos estudiosos.


“Acredito que o dia 19 acaba não sendo um dia de comemoração. É um dia de estar repensando em como unir realmente a classe para reivindicar nossos direitos de maiores atuações, maiores espaços e representatividade. Então, o dia 19 seria uma oportunidade para a gente estar pensando na unificação da categoria”, disse, afirmando que a regularização tardia da profissão é reflexo do pouco reconhecimento que profissionais de história recebem na Educação brasileira.


Conforme a historiadora, o Centro de Memória faz com que as vozes das comunidades silenciadas ecoem pela sociedade, proporcionando inúmeras possibilidades para o desenvolvimento de projetos e à iniciação à pesquisa científica. "Através do Centro de Memória, além de ter acesso à diversos materiais, como jornais para entender o que aconteceu e como podemos estrar trabalhando com essas informações, ainda possibilita com que a gente tenha essa ligação com diversos projetos”, disse.


A estudante do 6º período de História Ana Clara Santiago atua no CMS como estagiária extensionista no CMS pelo Programa de Apoio à Extensão (Paex), por meio do projeto “’Gazeta de Passos’ e o ‘Sudoeste’: Proteção e Digitalização dos Periódicos Regionais”. Ela afirma que existe uma certa “carência” de materiais que incentivem professores de história a executarem seus projetos pedagógicos de forma ampla.


Ainda assim, ela possui um olhar otimista para a atuação na carreira docente: “A minha intenção é dar aula para ensino médio em escola pública, porque foi onde estudei e eu sempre achei que faltava professores que estivessem realmente olhando de verdade para o aluno, que dessem alguma esperança a ele. Acho que falta muito!”.


De acordo com a estudante, a rede de apoio que é dada aos estudantes de instituições de ensino públicas e privadas ainda é desigual. “A gente era muito mais direcionado para sair do ensino médio e entrar no mercado de trabalho. Mesmo que tivesse um pouco desse ‘vamos fazer Enem’, ‘vamos fazer faculdade’, não tinha realmente um incentivo. E a gente via muito essa diferença entre as escolas públicas e particulares, que eram muito focadas nisso”, relata Ana Clara, que foi uma das únicas três pessoas da sua turma do ensino médio a ingressar na universidade.


Acesso ao Centro de Memória Social

De acordo com o analista Pedro Abreu, atualmente, o Centro de Memória Social não está aberto para agendamento de visitações devido à reforma no Bloco 6. Os interessados em contribuir com a doação de artigos históricos devem entrar em contato com a o servidor, por meio do endereço pedro.barborana@uemg.br. Ele também afirma que, no momento, doações de livros e vestimentas não estão sendo aceitos.


O Centro de Memória Social está sob coordenação da docente Janaína Teles e, atualmente, não está aberto para contemplação devido à reforma no Bloco 6.


Jornais antigos, dossiês de pesquisa e conteúdos audiovisuais podem ser acessados por meio do acervo do Centro de Memória Social, disponível por meio do site https://centrodememoriasocial.blogspot.com/.





 
 
 

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